28 dezembro 2005

Classismo

António Alves - Maquinista Ferroviário - Porto

Notícia a que se refere: Sampaio Pimentel volta a solicitar ao Governo celeridade na resolução do Prémio Nocturno


É deprimente e desprestigiante para a cidade a incompreensível atitude da Câmara em relação aos trabalhadores da recolha do lixo. Em mais de 300 câmaras municipais que este país tem, só na nossa cidade é que estas coisas acontecem. Esta atitude só pode comprrender-se no quadro dum obnubilado preconceito ideológico classista e inadmissível: esta maioria faz parte daquela direita mais retrógrada e ignorante que, infelizmente, prolifera nesta cidade, cuja estrutura social está, cada vez mais, em forma de clepsidra – já não existem, neste burgo, as classes médias criativas e activas: mudaram-se para a Maia e para Matosinhos. Restam-nos os burgessos do ferrari que assaltaram a Foz, os pobres dos bairros sociais e os indigentes. Em democracia, os povos têm os governos que merecem – infelizmente, o Porto se calhar até merece este. Angustia-me é que mais quatro anos de imobilismo e quezílias gratuitas levem o Porto a um estado comatoso irreversível. Mudemo-nos para a Maia que é considerada a cidade portuguesa com melhor qualidade de vida.