27 fevereiro 2008

O estado a que chegou


Jorge Rodrigues - Engenheiro Mecânico - Rio Tinto

Tema a que se refere: BPMP


BPMP. Uma das bibliotecas mais antigas, uma das melhores e mais completas do país, em alguns aspectos até do mundo (hemeroteca p. ex). Num estado lamentável. A última vez que ali estive já não funcionava a sala de leitura de periódicos. Os jornais liam-se pois, em más condições, na outra sala. Os livros lá vão circulando, muitos em péssimo estado, esperando melhores dias. Alguns de consulta pública num estado de desmazelo total. Posso exemplificar. O muito consultado Dicionário Corográfico de Américo Costa. Faltam folhas a alguns volumes, faltam alguns volumes. Poder-se-ia dizer que a culpa é dos leitores que os estragam. Certamente, mas muitos dos leitores são os mesmos que frequentam o Arquivo Histórico e lá os livros estão novos. E porque não se fotocopiam estes e completam os outros? Porque se não analisam as causas e se previne o futuro? De alguns livros ou documentos a cópia só é permitida através de microfilme. Leva semanas. Depois de o receber há que encontrar quem o queira passar ao papel. Recorre-se à boa vontade do Arquivo Histórico ou do Arquivo Distrital, ambos do outro lado da cidade. Há grandes dificuldades em compreender o desprezo e indiferença dedicados à BPMP. Já o Arquivo Histórico, também da mesma autarquia, tem outras condições de funcionamento. Qual a razão da diferença? Sabemos que em época de crise a cultura poderá não vir em primeiro lugar na lista de prioridades camarárias, mas será que não tem sequer lugar nessa lista? Vamos deixá-la cair?